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Influenciadores e jornalistas e sua relação com o público

A mídia tradicional não compartilha seus valores com seu público

Carlos Eduardo Lins da Silva comenta estudos que apontam as diferenças de comportamento entre jornalistas e investidores na hora de se comunicarem com sua audiência

O professor Carlos Eduardo Lins da Silva comenta relatório do Pew Research Center, segundo o qual 2/3 dos influenciadores de notícias nos EUA são homens e a maioria nunca trabalhou num veículo de  imprensa.

Ele destaca que 20% dos americanos dizem receber notícias por meio dos influenciadores – entre os jovens, essa parcela salta para 40%, ou seja, quatro em cada dez jovens, com menos de 30 anos, alegam se informar majoritariamente pelos influenciadores, o que, por sua vez, leva a uma reflexão sobre a própria atividade jornalística, que prega, entre outras coisas, a importância de valores como isenção, transparência e objetividade.

O problema é que o público não necessariamente vê nisso algo a ser muito valorizado. Nesse ponto, o colunista diz  – citando-os – que dois estudos recentes corroboram essa visão.

Um deles mostra que os influenciadores costumam apelar mais às emoções e tendem a oferecer à sua audiência um conteúdo que reforça nela as suas opiniões prévias.

Já os profissionais da mídia convencional, diz o colunista, costumam usar estilo sóbrio e tentam ser imparciais.

O estudo diz ainda que uma das chaves atuais para ganhar credibilidade com o público é a existência de uma repartição de valores entre os influenciadores e o seu público, uma coisa que não se faz muito na mídia tradicional.

O segundo estudo, mais recente, aponta que, para se conectar com o público, o jornalista deve recorrer a estratégias que enfatizem a empatia e a emoção.

“Então, são formas que aparentemente vêm de uma cultura que se solidifica, principalmente depois das plataformas de redes sociais terem se tornado hegemônicas na maneira como as pessoas se comunicam entre si e com o noticiário, essas fórmulas são talvez mais compatíveis com aquilo que as pessoas, que se formaram culturalmente nesse novo ambiente, desejam e apreciam.

Acho que realmente estamos vivendo momentos de grande transformação em diversos aspectos na nossa profissão”, conclui Lins da Silva.


FONTE JORNAL DA USP -Horizontes do Jornalismo –                                                                                            Coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva,

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Redação Portugal

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